terça-feira, janeiro 19, 2010

INDEPENTENTEMENTE CONFUSA E SUPER SEGURA EM: A FESTA

A independentemente Confusa ouviu uma conversa das amigas animadas para uma tal festinha esperta, num tal lugar descolado da zona sul carioca. Tão logo ouviu, se convidou. Chegou o dia esperado e ela sem pestanejar ligou pra amiga Super Segura:


- E aí amiga, vamos nessa? – Já está na hora marcada e a Independentemente Confusa está quase pronta.

- Claro, já estou me arrumando – Responde a Super Segura com voz de quem vai demorar.


E lá chegaram, junto com a trupe de amigas, todas lindas, produzidas e com calor! Uma delas dá a idéia, e logo, todas seguem: começa o festival de caipirinhas.


- Ah, amiga vou lá pegar mais umaaaaaa! – Em pouco menos de dez minutos, lá vai a Independentemente Confusa rumo ao bar.


De volta à pista de dança. Minutos mais tarde...


- Amigaaaaaaaa, mais uma – Vai decidida, a Independentemente Confusa.

- Olha lá, amigaaa, presta atenção! – Precaveu a Super Segura.

- Ih, amiga, to bem. Tranquila, ó – Abre os braços com um imenso sorriso no rosto à Super Segura.

- Tá, mas dessa vez deixa que eu peço – Intervém.


Porém, a Super Segura pede caipivodka. Não se toca que a amiga, já bem alegrinha, estava tomando caipirinha, com cachaça!


- Moço, isso aqui tá muito fraco! Assim num dá, pagamos uma baba por esse suquinho?! – Interpela, a Independentemente Confusa, debruçada na bandaca do bar.


E o barman prontamente atende ao pedido da moça bonita e Independentemente Confusa. A vodka transborda do copo e escorre pelos dedos. A Independentemente Confusa não perde tempo. Entorna. De repente, um amigo dos amigos segura ela pela cintura e... já era!

Depois de muito dançar, a Independentemente Confusa, se esquiva num corrimão e de lá não saí nem por um decreto. Alí, a Super Segura observa de longe. A Independentemente Confusa respira fundo, agradece a coca-cola, que o rapaz educado trouxa para ela, bebe uns goles, mas percebe que está na hora de ir. Vira pro lado, gruda no braço da amiga Super Segura, que correu pra perto para "estar por perto para qualquer emergência":


- Queridona, preciso que você me coloque num taxi A-GO-RA!


Olha pra frente, pro amigo dos amigos, que está ali, “cuidando” dela e diz:


- Desculpe, mas preciso ir embora A-GO-RA!


A Super Segura escora a amiga escada abaixo. Ela mesma, a Independente Confusa, pediu um taxi, soletrando o nome da rua e o número da casa beeeeeeeeeeem devagar...


No dia seguinte, a Independentemente Confusa acorda às 15h30, na cama, com os sapatos, a bolsa atravessada, a mesma roupa, maquiagem, a cabeça pesando uma tonelada e um celular a mais... Hein? Um celular diferente! Com quatro chamadas não atendidas, cinco mensagens, todas elas endereçadas... a ela!


Ela está ainda mais confusa. Outro celular toca, desta vez é o dela. Atende com voz de Leda Nagle:


- Oi amiga... o que houve ontem? Tô morta de vergonha! – Joga uma enxurrada de perguntas à amiga Super Segura, que já tinha acordado e feito seu almocinho vegetariano.

- Que isso amiga, você tava amarradona ontem dançado. Fica na paz. Tá tudo bem – A Super Segura tenta acalmar a amiga.

- Amiga, como está tudo bem? Só me lembro de estar dançando e... meu Deus! Fiquei com o irmão da Geraldine, aquele que ela MORRE de ciúmes... é isso? Esse celular é dele!

- Não garota! Tá maluca?! – diz incisiva a Super Segura.

- Ué? Então foi com aquele outro que ficou querendo cheirar meu cangote, o EX DA EMANULE... Ela vai me matar! – Grita em desespero a Independentemente Confusa.

- Poooooooorra! Garota, não... Você ficou com o amigo dos amigos, aquele que gente boa – Explica indignada a Super Segura.

- Ah é?! Ufa, que bom... Lembrei. Olha vou na rua. Tô enjoada. Preciso fazer alguma coisa.


Na rua, a Independentemente Confusa entra numa farmácia.


- Olá, bom dia!

- Boa noite, querida, boa noite – Mau humorado, o atendente range entre os dentes.

- Ah, sim, desculpe, boa noite. Bom, queria uma ajuda sua... Bom, meu irmão está
enjoado, sabe? Ele, bom, ELE bebeu muito ontem, misturou, essas coisas, entende? – Tenta mentir, bem sem graça, a Independentemente Confusa.


Sai da farmácia com dois vidrinhos de Epocler. Toma um em jejum, pra lascar. Respira e volta pra casa. Pega o telefone:


- Amiga, a festa, tava boa?

- Hahahahaha! Meu-Deus! Sim, estava. Você que o diga – Ironiza a Super Segura.

- Ah, sim... Bom, deixei o celular do menino na portaria. Ele ligou de novo e eu disse que tive que sair com meu irmão e deixei na portaria – explica, meio confusa, a independentemente Confusa.

- Mas irmão? Você não tem irmão! – Se espanta a Super Segura.

- Bom, tudo resolvido. Agora vamos a minha mais nova decisão de ano novo: NÃO BEBO NUNCA MAIS!

- Sei, sei...


Desligam o telefone. A Super Segura comenta baixinho para ela mesma antes de dormir:


- Essa minha amiga, essa minha, amiga. É uma fi-gu-ra-ça! - e dorme sorrindo.




***